terça-feira, 15 de novembro de 2011

Call the morgue.

Sabe aqueles dias em que a gente acorda, vai escovar os dentes e não tem mais pasta ? Depois vai tomar café, e acaba derramando tudo na blusa branca que tinha sido comprada no dia anterior ? E pra piorar, entra no carro e tem aquele engarrafamento quilometrico. Nós chamamos isso de dias ruins, pensamos que nada pode ser pior do que aquilo, mas a verdade é que os verdadeiros dias ruins, não são nada comparados com o café derramado e a falta de pasta de dente, e quando os verdadeiros dias ruins chegam, nós imploramos para o engarrafamento voltar. 
A verdade é, nos dias ruins, pessoas morrem, tragedias acontecem, e a gente se afoga em mar de sentimentos que jamais serão esquecidos.
Quando nós somos médicos, e temos vidas pra salvar, e bisturis nas nossas mãos, nos sentimos deuses. Nós temos o poder de fazer o que nenhum outro ser humano faz: Manter pessoas vivas, mesmo quando o destino queira o contrario.
Dentro da sala de cirurgia, com o bisturi na mão, nos sentimos Deus. Ninguem pode nos dizer o que fazer, porque ninguem tem esse direito. Nós controlamos o destino de todas as pessoas que deitam nas nossas macas, e por isso eu decidi me tornar cirurgiã. Para me sentir como Deus, sentir o meu ego inflar como um balão, controlar a vida, e o destino das pessoas.
O único problema, é que eu controlaria o destino dos outros, mas o meu ainda seria um mistério, é aí que entram os dias ruins. 
Nenhum de nós sabe quando ele vão aparecer, eles vem sem aviso e devastam nossas vidas. Se nós soubessemos que eles seriam tão ruins, será que estariamos mais preparados ? Será que poderiamos mudar o que aconteceria ? Será ? 
Tantas perguntas para um destino tão insólito. 
Quando a gente tem 15 anos, a vida parece bonita, e o futuro bastante promissor .. 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Such a baby.

Eu devia ter os sete ou oito anos quando eu fui no festival do Jurassic Park que tava tendo no shopping. Era no estacionamento do shopping, tava cheio cheio de outras crianças, e dinossauros robos gigantes. Eu tava tão feliz que a minha mãe não conseguia me controlar. Eu me lembro de ter um labirinto, ele era escuro, e tava cheio de dinossauros. Eu insisti muito pra ir, e a minha mãe acabou deixando. 
Tava escuro, e tinham os dinossauros, e o que eu pensei que ia ser divertido, acabou sendo um tormento. Eu não conseguia enxergar um palmo a minha frente, os dinossauros pulavam em cima de mim, e várias crianças correndo e esbarrando em mim. Eu me desesperei, sentei na penumbra escura e comecei a chorar; chorei até sentir a mão de alguém no meu ombro, me puxando e me botando no colo, me tirando daquele pesadelo. Naquele momento, eu e minha mãe percebemos que eu sempre ia ser frágil, que eu sempre que eu me visse em alguma situação complicada, eu ia me sentir perdida, sentar e chorar no escuro.
Verdade seja dita, vinte e um anos, e eu ainda não sei tomar decisões sozinha, não sei me comportar em situações desagradaveis, e eu sempre vou me sentir como uma criança perdida.


...




O que parecia ser um sonho de adolescente, acabou virando um pesadelo; do qual eu busco incessantemente acordar, mas não acho nenhuma saída. Então agora eu tô sentada no chão de um quarto escuro, chorando.
Ás vezes eu acho que eu nunca vou acordar, que tudo vai ficar sempre do jeito que tá, de cabeça pra baixo.
Eu rezo todos os dias pra que tudo volte ao seu lugar, mas ninguem me escuta ..


Eu continuo afundando, me afogando, e ninguem escuta ..

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Eating me alive.

É incrivel, toda vez que eu passo por dificuldades, sejam fisicas ou emocionais me vem a lembrança a minha infância e parte da adolescencia.
Um tempo onde as coisas pareciam ser bem mais fáceis, sem preucupações. Um tempo onde cinco reais, era uma fortuna.Quando eu me sinto triste, eu gosto de lembrar de como eu era feliz. Não que a minha infância tenha sido das melhores, afinal ser criada por empregadas e só ver os pais depois das nove da noite não é uma situação muito boa. Mas a verdade é, que pelos meus pais terem sido ausentes na minha fase de crescimento, eles tentaram suprir essa ausencia fazendo todos os meus caprichos. Eu gosto de falar que eu não fui mimada, mas sim muito amada.
Mas voltando a infância, e me sentia feliz por não obrigações, não ter horários, e muito menos afazeres. Bons tempos onde o meu único problema era tirar oito em matemática.
Eu fui uma criança muito levada, sempre dei prejuízos por depredar o prédio em que morava. Já ateei fogo ao apartamento vizinho, quebrei o forro do prédio inumeras vezes, e sem falar nas incontaveis lampadas destruidas que o meu pai sempre tinha que repor. Era de praxe meu pai chegar em casa, e ter um recado da sindica querendo falar com ele urgente. Eu lembro de toda vez que o papai chegava do apartamento da sindica, ele sempre tava vermelho de raiva, e parecia que ia cuspir fogo a qualquer momento, e por mais incrivel e petulante que isso possa parecer, eu ria. Eu ria de como ele conseguia ficar tão vermelho, achava engraçado ficar imaginando o papai se transformando num dragão e cuspindo fogo, mas ele, no auge da sua plenitude, achava o fim da picada as minhas risadas. Ele brigava comigo, eu ia pro meu quarto batendo as portas e os pés. Quando eu acordava no outro dia, sempre inha alguma coisa em cima de minha escrivaninha, um bilhete pedindo desculpas, e mais tarde o motorista me entregava uma barbie. 
O meu mundo da barbie, foi resultado dessas inumeras brigas.
Passando pra adolescencia. Infelizmente, aos treze anos eu me mudei daquele prédio. Fui pra bem longe, o antigo apartamento da minha avó. Sim, os primeiros anos alí foram um verdadeiro inferno. Eu odiava tudo e todos. Conclusão, ganhei um quarto com um computador, linha telefonica, e a tão sonhada TVA. Ganhei o tal 3320, e ainda por cima, era de conta. Isso tudo foi pra curar a minha tristeza. 
Mas derrepente, como num passe de mágica, a situação se inverteu. Eu conheci os tais dos vizinhos implicantes, e acabei gostando deles. A partir daí, a vida dos meus pais virou um inferno. E não dei mais sossego pra ninguem. ra festa atras de festa. Vestido pra cá, vestido pra lá. E foram contadas no dedo as vezes em que eu cheguei em casa sóbria. Esse ano passou, e  aos quatorze, eu continuei endiabrada. Foi nesse ano que eu dei o meu primeiro beijo, com o meu primeiro namorado. Que pra falar a verdade, foram dez meses muito felizes. Esse ano passou, e aos quinze eu tive a minha festa de quinze anos, e a minha primeira desilusão amorosa. Eu sofri, chorei, doeu muito. Era uma dor estranha, eu nunca tinha sentido antes. Parecia que tinham arrancado um braço meu; uma ferida aberta, que continuava sangrando, e nada do que eu fizesse estancava esse sangramento. Mas acho que naquela época eu sabia lidar melhor com essas emoções, sabia esconder melhor. Todos saberiam esconder se fossem procurar abrigo nos ombros dos meninos mais bonitos do colégio. Foram precisamente os seis meses mais melancólicos e ao mesmo tempo engraçados. Era engraçado chorar no ombro do E., M. e D., sendo que no final eu sabia que ia acabar beijando eles. Chorar por um, e beijar outro.
Nesse mesmo ano, foi o ano do meu triunfo escolar. Também com 3 professores particulares no meu pé. Foi ano em que os meus pais mais viajaram. E não pense que eu gostava disso.
Tá, eu gostava um pouco, por me sentir mais livre, mas odiava ficar só. Sempre odiei essa solidão.
Eu era feliz, muito feliz. Eu já fui feliz.
Esse foi o ultimo ano em que eu fui realemente feliz, depois os meus pais resolveram mudar de cidade, e eu nunca mais senti essa alegria. São só tristezas. 
É claro que já tiveram momentos de felicidade, mas hoje eu me sinto como se eu tivesse me afogando num mar gelado, tentando, inutilmente, nadar com todas as minhas forças, mas eu continuo afundando. Eu grito por ajuda, mas ninguem escuta, ninguem tá lá pra me ajudar. A cada dia que passa, eu sinto como se o mar ficasse mais frio, e eu já tô perdendo o folego. É como se eu lutasse pra me salvar, mas eu mesma não me importasse em ser salva. Eu nunca tinha passado por essa experiencia. No passado, eu passei por situações parecidas, mas eu já esperava. Hoje não, foi sem explicação, sem motivo e sem aviso prévio. Simplesmente veio do nada e começou do nada. E um vazio angustiante vai crescendo dentro de mim.
Aquele buraco que a muito tempo tinha se fechado e cicatrizado voltou a abrir, e agora ele aclama minha presença lá dentro. 
Tá doendo, tá doendo muito. E agora eu pergunto, o que eu faço ?
O se fazer com essa situação ? Sendo que desde o inicio sempre correu tudo tão bem, e agora o meu refugio tá desmoronando, e eu não sei se ele vai ser reconstruido.
O que fazer quando a gente se abre de novo, e de repente nos magoamos ? O que fazer quando uma pessoa que você ama te magoa de tal forma que você chega a não reconhece-la ? O que fazer ?
Sim, eu também já me senti sufocada, e sim, eu me pergunto todos os dias se ele é realmente a pessoa certa, agora mais do que nunca. Mas nunca expus isso pra ninguem, nunca o tratei de forma diferente, e nunca deixei de dar carinho ou atenção. 
O que fazer quando você se sente um brinquedo ? O que fazer quando você sente que ele mudou ? O que fazer quando te dizem que não é mais a mesma coisa ? 


...




Essas malditas perguntas andam martelando na minha cabeça, não me deixam dormir, e me causam crises de choro convulsivas, em qualquer lugar, a qualquer hora, em qualquer situação. É como se realmente tivesse alguma parte do meu corpo em extrema dor e não tem rémedio que resolva. Essa é a única dor que amor de mãe não cura, não tem solução. Te faz perder o sono, perder a vontade de tudo.
O mais ridiculo, é eu já ter passado por isso, e não ter aprendido nada. 
Foi tão dificil me aproximar de alguém, falar 'eu te amo' de novo, mas eu acreditei. Acreditei que podia dar certo, que pelo menos dessa vez, depois de tanto sofrimento, eu podia ser feliz. Acreditei que o passado era passado, e que o futuro podia ser promissor.
Acho que é por isso que eu gosto de lembrar da minha infancia e adolescencia toda vez que passo por essa situações. É porque aos 15 anos, a vida parece fácil e o futuro bastante promissor. 
Agora, eu me sinto perdida, no meio do mar gelado, nadando, perdendo o folego, e ninguem me escuta. 
Eu continuo afundando, caindo, me afogando, e ninguem escuta ..

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sweet Breath.

O hálito doce dele invadio minhas narinas, enquanto ele sussurrava em meus ouvidos, afogando meu cerébro com aquela oz macia. Eu deixei um suspiro escapar. Já era tarde demais, ele me tinha, e sabia disso.
Ele me teve, no momento em que ele me disse 'oi'.



( Sem muita inspiração hoje, o dia não foi lá essas coisas .. E tudo anda muito estranho, só não me pergunte o porquê, porque eu sou a única que não pode responder .. )

terça-feira, 24 de maio de 2011

Erotic Angel.

Hoje ao entrar no quarto
Libertei meus seios do sutiã e arrumei as pontas do lençol que sempre deixam as esquinas do colchão pra fora.
Depois induzi uma música ao propósito de sentir tua presença preenchendo o quarto. Tua voz ainda é fresca na minha lembrança e o teu tato previsível ao meu corpo.
Sendo assim, se tu estivesses aqui nesse momento, eu saberia exatamente o transcorrer das tuas mãos atraindo o meu corpo a preenchê-las.
Sei que olhares tu farias ao desvendar espaçoso da minha roupa cascatando pelo corpo .. E ainda mais, sei que a ponta do teu dedo plagiaría a minha boca ao toque de uma nuvem
É então que a magistralidade do nosso amor invoca seu "não instrumento" as delícias agonizantes de uma orquestra.
Uma cama e dois maestros. Os que sem instrumentos simplesmente são a própria música.
Tuas mãos tomariam o formato dos meus ombros e ainda levemente flutuando, meio tocando e não tocando, plumejaria minhas costas
E por uma fraqueza insolênte terminaria por apertar espreguiçando um pedaço de carne da bacia.
A maciez externa dos nossos corpos secos encontra então fervilhantes pingos que correm para fora dos poros buscando vida
e quando livres os pingos das sufocantes nuvens quentes que preenchem os entre-espaços interiores, se esticam desenhando percursos de gotas imitando as veias.

O teu amor respira,
inspira e expira.



segunda-feira, 23 de maio de 2011

Enjoy the little things.

Vamos mais uma vez falar do assunto preferido desse blog .. EU, e claro as minhas fantásticas descobertas !
Um dia, eu tava deitada na minha cama e pensei : ' por que não abrir as cortinas e as portas do quarto, e colocar a cama de baixo da janela ? ' e foi isso que eu fiz. Escancarei as cortinas, abri as portas e arredei a cama pra de baixo da janela e adivinhem o que eu descobri ? Que apesar de ser uma tarde extremamente calorenta, o céu tava lindo !
Eu fiquei horas olhando pro céu, vendo as nuvens se movimentarem e sentindo um vento quente no rosto .. E isso é aproveitar as coisas pequenas.
Por exemplo,á 5 anos, todo dia você faz o mesmo caminho pra casa e um belo dia, você nota que uma certa árvore que sempre esteve alí, é linda.
Outro dia mesmo, eu descobri o quanto é bom lavar louça. Não, eu não estou ficando louca.
Lavar a louça é uma arte divina. A gente vai lavando e pensando na vida, quando a louça tá toda lavada a gente já descobriu a solução de todos os nossos problemas.
Arrumar o nosso quarto, colocar tudo em ordem, separar as roupas, sinceramente, isso chega até a ser prazeroso !
Andar pela rua, numa tarde calma, e com vento no rosto, observando as arvores, pessoas, e objetos inanimados pelo caminho é a melhor coisa do mundo !
Passar uma tarde inteira comendo chocolate e vendo filmes, um domingo com sua mãe reclamando e rindo das besteiras que seu pai fala, um dia só brincando com os cachorros e rindo das gracinhas deles, falar com aquela prima que mora longe, tirar foto e comer brigadeiro com suas amigas, um final de semana com quem a gente gosta.
É disso que eu falo, aproveitar as pequenas coisas, certos momentos. Um dia você vai olhar pra tras e vai ver que não aproveitou eles o quanto eles deviam ser aproveitados. Você vai sentir um aperto, uma angustia agoniante, uma vontade de voltar pra aquele lugar naquela hora, e olhar mais de perto uma flor, dar um abraço naquela pessoa, ou falar o quanto ama sua mãe ou seu pai antes deles sairem pro trabalho.
Aproveite tudo que estiver ao seu alcance, porque o tempo não volta.
Quase esquecendo, sorrir tambem é bom, as vezes é o melhor remédio.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Dream on little kid.

Enfim, minha vida mudou ! E isso é muito bom.
Todos sabem que o tempo passa, o mundo gira e as pessoas mudam, e assim como todos eu mudei. 
Parei de lamentar o passado e comecei a viver o futuro; é aquela velha história do 'go with the flow', se deixar levar e esquecer o passado. Afinal, o que passou, passou, e se já não te magoa mais, é porque realmente passou.
Hoje em dia, eu leio os primeiros post e rio da minha estupidez. Infntilidade de achar que eu nunca mais seria a mesma, pensando bem eu tava certa. Eu nunca mais vou ser a mesma.
Nunca mais vu ser infantil a ponto de pensar que só existe uma pessoa no mundo pr amar, e nunca mais vou idealizar ninguem, vou sempre abrir os olhos pra enxergar a verdade. Aprendi a me amar primeiro antes de amar qulquer outro ser, mesmo que valha a pena ou não. Eu sempre estou em primeiro lugar.
A minha vida é muito mais importante, pra mim, pra minha familia e pros meus amigos. Entendi que eu preciso ter amigos, mesmo que sejam poucos, mas que sejam bons e me façam rir. Me entendam e se preocupem comigo. 
Aprendi, que dias ociosos são torturantes, e que eu preciso de compania para deixa-los mais atraentes. 
Familia sempre em primeiro lugar, mas ela pode causar crise de stress se for muito consultada.
Reaprendi a comer, tomar água e coca cola, muuuita coca cola com chocolate. Alias, um dos melhores prazeres da vida é comer, se empanturrar.
A verdade, é que a minha vida só depende de mim. Eu só sigo em frente se eu quizer. No meu nariz, quem manda sou eu, e eu estou seguindo em frente, buscando cada dia mais ser feliz, cuidando de mim e da minha vida.
Eu acredito que tudo na vida acontece com um propósito, e todos esses erros passados aconteceram justamente pra eu aprender a lidar com essas situações, ser forte e passar por cima disso e continuar vivendo, afinal, o mundo não para pra gente se reerguer .. ou para ? Claro que não !
Fomos criados pra aprender a nos virar sozinhos, tentar a sorte, se magoar de vez em quando, e depois voltar a viver normalmente.
A verdade é que todo mundo um dia vai te machucar, a gente só tem que escolher por quem valha a pena sofrer .. E faça-me o favor de escolher certo da proxima vez Nathália ?
Eu ainda to aprendendo a viver, a fazer escolhas, errando e tentando me organizar .. A vida continua, eu continuo. Eu estou bem melhor, voltei a ser eu, coisa que eu não fui nos ultimos dois anos, e eu me gosto assim. Quem tem que gostar de mim sou eu .. O resto, é só resto ..
O mundo continua girando, e a cada dia eu me sinto melhor .. É, acho que eu to no caminho certo !